Histórias de viagens: Missas 2

Na Itália, tive oportunidade de assistir Missas em igrejas de diferentes cidades. Lembro-me, nos idos de 1966, que a Missa de 7º dia na intenção da minha avó Clarice, foi na celebrada na Basílica de São Marcos, em Veneza. Naquele tempo, pelas dificuldades de comunicação, só soubemos que ela havia falecido no Recife, vários dias depois.  

                  Recentemente em Florença, fui a uma Missa ainda com o celebrante de costas para os fiéis, como antes do Concílio Vaticano II.  Vez por outras observamos algumas diferenças, como em Riga, na Letônia, onde permanece a mesa de comunhão, com as pessoas ajoelhadas, as senhoras com a cabeça coberta, o Padre indo de um lado para o outro distribuindo pessoalmente a hóstia. Nada de filas.

Uma enorme sensação de paz sentia na Missa das 6 horas da manhã na capela da Casa de Santa Marta, no Vaticano, onde estava hospedada juntamente com os meus amigos Valéria e Fausto Freitas. Foi uma inesquecível semana em fevereiro do ano passado, exatamente nas vésperas da renúncia de Bento XVI. Não sabíamos que estávamos vivendo um momento histórico da Igreja. Como era inverno, a Missa começava ainda com o escuro e o dia ia clareando aos poucos, entrando a luz através dos vidros laterais. Imagino hoje com o Papa Francisco celebrando ali todas as manhãs!

Estando em Auckland, na Nova Zelândia, tomei um taxi e fui á Missa dominical. Perguntei ao motorista como seria para retornar ao hotel. Disse-me que bastava aguardar naquele local que conseguiria transporte. Uma igreja moderna, bastante freqüentada, muitos cânticos, e, como acontece em muitos lugares, ao final o padre foi para porta cumprimentar todos os fiéis. Fiz como fui orientada, aguardei um bom tempo e nada de taxi. As pessoas saiam nos seus carros. Comecei a ficar preocupada, pois não dava para voltar caminhando. Dirigi-me então a um casal, dos últimos a deixar a igreja, expliquei a situação e perguntei o que deveria fazer. Imediatamente se prontificaram a me levar, ambos eram professores e fomos conversando alegremente até a porta do hotel onde me deixaram.

    Voltando da Rússia, passei um domingo em Helsinki, na Finlândia. Estava na excursão da Associação dos Amigos do Porto. Reunimos um grupo de umas dez pessoas, alugamos transporte que nos levaria e aguardaria para nos trazer. A igreja ficava fora do centro, com alguma freqüência, mas não muitas pessoas. Claro que o nosso grupo, embora com senhoras bem educadas, chamou atenção, quer pelo nosso tipo físico nada nórdico, quer pelo colorido das nossas roupas. O padre, observando que éramos estrangeiras, passou a celebrar em inglês. Terminada a Missa, fomos à sacristia para cumprimentá-lo, era um italiano que foi passar seis meses na cidade e já estava há trinte e três anos! 

    Noutra ocasião, estava em Frankfurt e fui com a minha amiga Rejane Martins procurar uma igreja num endereço indicado pela recepção do hotel. Andamos um bocado, as ruas estavam um tanto desertas e era muito cedo. Finalmente vimos uma igreja com uma enorme cruz lateral e não observamos mais nada. Entramos apressadas e as senhoras na porta gentilmente nos encaminharam para um banco já cheio. Só então nos demos conta que não era uma igreja católica. Não dava mais para sair, ficamos até o final, e ainda hoje não sabemos que culto assistimos.

    Desejo a todos os leitores um ótimo 2014!


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