Muitas cidades do mundo têm Parques de Esculturas, sem falar nos belos jardins cheios de estátuas, como decoração.
Quem esteve em Oslo jamais esquecerá o Parque Vigland ou aqui no Recife os jardins da Oficina de Francisco Brennand, ambos com obras de um mesmo artista.
Fiquei feliz quando recentemente vi, no gramado do Centro de Convenções, várias esculturas monumentais de granito saídas dos cizéis dos artesãos de Fazenda Nova. Lembrei-me que o Parque de Esculturas daquela cidade foi decididamente apoiado por Francisco Bandeira de Mello, então Secretário de Cultura dos Governos Marco Maciel e Roberto Magalhães. Fazia parte do roteiro dos ilustres convidados para o Espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém
Ótimo seria que o gramado do Centro de Convenções passasse a ser admirado pelas milhares de pessoas que transitam diariamente pelo Complexo de Salgadinho e ficam longo tempo paradas dentro dos veículos nos insuportáveis engarrafamentos, exatamente naquele local. Que pudessem apreciar as esculturas que representam cenas e pessoas da cultura pernambucana. Até mesmo ser transformado num museu ao ar livre para os turistas que nos visitam. É verdade que poderiam ser distribuídas por todo o gramado e não naquela fila indiana distante da visão dos menos atentos e da apreciação dos detalhes das peças.
Isto também me fez recordar de um mal-entendido pitoresco que ocorreu no dia da desincompatibilização de Marco Maciel, do governo de Pernambuco. Os secretários resolveram oferecer-lhe uma pequena lembrança que representasse a importância do seu governo, algo expressivo, simples, mas que também fosse belo, para que colocasse na sua futura mesa de trabalho. É claro que, para simbolizar e sintetizar tantas coisas, somente recorrendo à genial Clementina Duarte, que aceitou o desafio e, de logo registro, superou nossas expectativas. Seria um mapa de Pernambuco em madeira com apenas o MM, símbolo do governo, em prata.
Esperava ansiosamente a chegada do mimo que seria entregue por Creuza Aragão e por mim, as duas secretárias – Educação e Casa Civil. Eis que entra no meu gabinete a minha secretária Albertina, muito espantada dizendo: a escultura chegou! Respondi: receba e coloque em cima da mesa, ao que ela retrucou, não posso, pesa duas toneladas. Nessa hora, sem entender mais nada, gritei assustada: de prata? Não, de pedra! Esclarecida a confusão, na Porta do Palácio das Princesas estava um caminhão vindo de Fazenda Nova com a escultura o Vendedor de Pirulitos, presente dos artesãos para Marco Maciel. A peça foi doada ao Centro de Convenções e desde então (anos 80) está colocada na entrada voltada para a Estrada de Belém, com uma placa alusiva.
Repito, fiquei feliz ao ver que ao solitário Vendedor de Pirulitos juntaram-se os mandacarus, sanfoneiros, retirantes, bandas de pífano e que venham muitos outros para imortalizar no granito a grandeza da cultura e da alma pernambucana.