Medalha Fraternidade grande loja Maçônica de Pernambuco

MEDALHA FRATERNIDADE GRANDE LOJA MAÇÔNICA DE PERNAMBUCO

DIA: 21 DE AGOSTO DE 2004.

PALAVRAS DE: MARGARIDA CANTARELLI

Senhor Grão-Mestre da Soberana Grande Loja Maçônica de Pernambuco, Milton Gouveia da Silva Filho,

Dirigentes e membros dessa Soberana Loja,

Senhoras, Senhores,

Algumas palavras, mesmo que breves, fazem-se  indispensáveis nesta hora. Palavras de agradecimento. Entendo que os agradecimentos pelos atos e considerações que nos sejam dirigidos devem ser claramente manifestados, embora já tenham ficado gravados no âmago da nossa alma. E isto é importante porque nem sempre aqueles que nos homenageiam têm a completa dimensão do valor e do sentido do seu gesto  para o homenageado.

Creio que este é o meu caso. Por isso ousei atrasar um pouco o início do baile de confraternização, Soberano Grão-Mestre e caro amigo Milton Gouveia, para dizer-lhe e a todos os membros da Soberana Grande Loja Maçônica de Pernambuco, o quanto me tocou esta homenagem.

Primeiro porque vejo que as nossas Instituições – a Maçonaria e o Poder Judiciário, vivem um belo momento de transformação. Não na sua essência, nos fins a que perquirimos,  nos objetivos aos quais dedicamos a nossa vida com consciência e quase devoção. Mas, transformação no relacionamento com o mundo exterior. Isto porque sabemos que ninguém ama o que não conhece. Podem até respeitar por um temor reverencial aos símbolos ou por um bem ou um mal que possam advir das suas ações concretas. Mas, a verdadeira aceitação pela sociedade e o respeito dela decorrente devem ser fruto do conhecimento de quem somos, o que fazemos  e a quem verdadeiramente servimos. Isto a sociedade está cobrando de todos. E a prova desta caminhada para uma transformação mais ampla, está simbolicamente aqui, quando essa Instituição, eminentemente masculina na composição dos seus quadros, homenageia uma mulher que integra um Poder que vem sendo igualmente majoritariamente integrado por homens – o Poder Judiciário.

O segundo motivo de satisfação para mim, por esta homenagem, é de caráter familiar. Meu pai foi maçom. Mas, sou também descendente por linha colateral de alguém que sofreu por suas convicções políticas liberais e por suas ligações com a maçonaria, o General José Ignácio de Abreu e Lima, a ponto de ser-lhe negada sepultura no cemitério de Santo Amaro, por imposição das autoridades eclesiásticas de então.  

E o terceiro motivo, diz respeito ao próprio lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, advindo da Revolução Francesa, adotado pela Maçonaria (ou vice versa), e agora incorporado simbolicamente, de maneira muito feliz, às Medalhas com que nos homenageiam. Liberdade, Igualdade e Fraternidade – que hoje também servem de paradigma aos Direitos Humanos fundamentais, utilizados para identifica-los por categorias, da sua evolução histórica: os de primeira geração – as Liberdades; os de segunda geração – a Igualdade e os de terceira geração – a Fraternidade.

Nestas medalhas estão gravadas: as liberdades, simbolizadas no vôo livre de uma pomba com se buscasse alcançar o próprio infinito; a igualdade, nas mãos entrelaçadas a transmitirem reciprocamente a força e a união; e todos irmanados no cálice da fraternidade, com que me homenageiam e com a qual sinto-me profundamente comprometida, vejo o verdadeiro encontro com o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, reitor das nossas ações e da nossa própria vida.

Agradeço sensibilizada esta homenagem, a atenção e a presença de todos.


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