Como é difícil um simples embarque!

Embarcar num voo doméstico deveria ser rápido e fácil. Afinal, quantas pessoas embarcam por hora nos nossos aeroportos! Mas, não é bem assim. Muitos aeródromos foram modernizados em razão de eventos (e não dos passageiros que pagam altas taxas para utilizá-los) – como Copa do Mundo, Olimpíadas e o que mais se possa inventar para gastos descontrolados do dinheiro público.

Tomemos o moderníssimo aeroporto de Brasília, que foi recentemente ampliado, menos o espaço para os balcões de check-in que continuam apertados. Mas, mesmo com o check-in feito por internet e sendo preferencial (no meu caso, idosa) enfrenta-se uma fila de pelo menos meia hora. E temos ainda que aguentar os  distraídos lendo mensagens ou os animados que tiram “selfies” nos celulares e não percebem que a fila andou, um pouco, mas andou, até que chega a sua vez de despachar a mala. Daí se vai para outra fila onde se apresenta o cartão de embarque e a identidade apenas para se ter acesso à terceira fila – a do raio X nas bagagens de mão e passar sob um arco misterioso que acusa metais. Se você tiver o azar de o passageiro a sua frente levar um notebook, ter uma prótese ou mesmo uma senhora com saltos de sapato bem altos que disparem o alarme – vai esperar o fim do exame! Tudo isto para a nossa segurança. Pense assim para não perder a paciência.

Como o trânsito de todas as cidades está caótico, mesmo o de Brasília e se você não quiser sair correndo atrás de um funcionário da companhia aérea que aos gritos chama: “passageiros do voo x com destino a tal cidade”, chegue cedo! Isto gera outra consequência, aguardar desconfortavelmente nos portões de embarque porque as pessoas depositam suas bagagens de mão no assento ao lado, sobrando pouco espaço para você. Se quiser ir ao banheiro feminino antes do embarque, vai enfrentar outra fila e não se anime ao ver um aberto. Certamente o trinco da porta está quebrado!

Bem, chegou a hora de embarcar. Longa e demorada fila, mas não terminou, você vai disputar um espaço nos bagageiros para sua maleta, pois sempre estão cheios de pacotes, sacolas e tudo mais que os passageiros levam na mão para não pagar excesso! Conseguiu acomodar-se bem? Não! As poltronas são tão próximas que mal cabem as suas pernas. Você é feliz se o vizinho da frente não arriar o encosto para dormir. Aí você fica, como diria um certo Ministro do passado: “imexível”. 

Chegando ao seu destino com as malas inteiras, só lhe resta descansar e pensar, já que não temos trens, se fosse de ônibus seria muito pior!


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