Histórias de Rafinha

Devia ser proibido que avós contassem histórias dos seus netos, porque os que têm, já sabem e aqueles que não têm, não acreditam! Mesmo assim não resisto à tentação de contar algumas do meu neto Rafinha, que completou oito anos no dia 11.

O ano passado, quando eu estava perto de me aposentar, disse-lhe que eu ia ter mais tempo para ele e que iríamos fazer ótimas programações, etc. Em seguida saímos juntos, eu para uma reunião e ele me aguardaria no carro. Levando-me à porta, o meu amigo Paulo Gustavo o viu e lhe perguntou: o que você quer ser? Resposta imediata: aposentado!

Acho que ele absorveu um pouco esse assunto de idade. Logo depois, levei para ele e Clarinha  uma caixa de chocolates sortidos. Abriram imediatamente, mas notei que ele pegou um diferente do habitual. Então mostrei: Rafinha tem Choquito!  Vó, eu gostava de Choquito quando era jovem!

Estando naquela fase em que os meninos se tornam inimigos de banho, durante a campanha eleitoral no ano passado, também lançou a sua plataforma: se for eleito, acabo com os chuveiros! Ganhou apoio dos colegas da classe. A inimizade com a água permaneceu e recentemente não tendo mais desculpas para escapar dos meus argumentos, saiu-se com essa pérola: não posso gastar água, preciso ajudar São Paulo, o Cantareira está seco!

No mês passado, eles foram ao Zoológico com o pai. Quando voltaram achei-o meio sem graça. Quis saber o que houve. Resposta: o urso estava dodói. Como soube? Tinha uma placa: silêncio! Aí as crianças correram para a jaula do macaco que ficou nervoso. Expliquei-lhe, coitado do macaco, essa meninada toda diante dele, não é para menos. E as cobras, perguntei, porque é um lugar que eu fico sempre bem longe. Não vi, Vó, estavam em manutenção! Aí eu é que fiquei pensando, o que seria manutenção de cobras? Troca de veneno? Felizmente sábado voltei com eles, o urso estava saudável, o macaco tranquilo e as cobras à vista. Terminamos alegremente com copos de caldo de cana na porta do Horto.

Quando ele começou a alfabetização, uma tarde me telefonou – Vó, já vem? Estou indo, quer alguma coisa? Traz aquilo de duas letras. O que é Rafinha? Bem explicado: Su –shi!

Assim são os netos, para nós avós, os mais bonitos e inteligentes do mundo!


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