Os pernambucanos têm razão de orgulho, não só dos feitos que marcaram a nossa história, como também de algumas Instituições que, além de centenárias, permanecem vivas, procurando, como verdadeiras guardiãs, manterem os mesmos compromissos do passado, não só com a liberdade, mas igualmente, com a democracia e a cidadania. Dentre tais, destaco duas que, de forma diferente, marcaram a minha vida pessoal e profissional: o Diário de Pernambuco (180 anos) e a Faculdade de Direito do Recife (178 anos). O Diário me atraía pelo gosto que sempre tive pela leitura e pela atualidade; a Faculdade, pelo sonho de vir a ingressar como aluna. Interessante que a maior aproximação com ambas ocorreu ao mesmo tempo, pois aos 17 anos iniciei o meu curso de Direito e igualmente comecei a freqüentar a casa de Mauro Motta, para quem o Diário de Pernambuco era parte da sua família e da sua vida.
Na Faculdade de Direito cursei o bacharelado, mestrado e doutorado. Logo cedo, comecei a ensinar e ainda continuo na sua pós-graduação, mesmo aposentada.
No Diário de Pernambuco fiz muitos e especiais amigos – dos que já partiram, lembro Mauro Motta e Potiguar Mattos; dos que permanecem na lide, Joezil Barros, Gladstone, João Alberto, Vera Ogando e Marisa Gibson. Impossível esquecer de Leda Rivas e o seu “Viver”, da coluna de Divane Carvalho e dos artigos semanais de Roberto Motta.
Todavia, do Diário de Pernambuco sempre recebi apoio quando no exercício de diversos cargos públicos. Destacarei apenas um fato, bem recente. Na presidência do TRF, implantei os chamados “Círculos de Conciliação”, buscando solucionar antigas pendências judiciais e que beneficiariam a centenas de mutuários do Sistema Financeiro de Habitação, especialmente dos conjuntos populares. O Diário percebeu o espírito de cidadania do programa, encampou a sua divulgação detalhada, o que levou grande número de pessoas a procurar o “Círculo” do Recife levando o recorte do jornal. Tenho a certeza de que todos aqueles então beneficiados, gostariam de agradecer ao Diário, o que faço no meu e em nome deles, pela informação que permitiu o exercício do direito de acesso à justiça e a realização do sonho da casa própria.