Países Bálticos

Três pequenos países em extensão territorial, mas importantes por sua cultura e especialmente pelo povo de cada um, merecem uma visita neste novo momento histórico e econômico que vivem: Estônia, Letônia e Lituânia.

A nossa geração os conhecia apenas pela geografia, pois foram entregues ao Bloco Soviético na partilha do mundo após a 2ª Guerra Mundial. Viveram décadas não só de submissão político-econômica, mas religiosa, cultural, com verdadeiros massacres em “campos” para onde eram levados os intelectuais, empresários, religiosos e outras pessoas que não aderiram aos donos do poder ali instalados.  

Quis atravessá-los por terra, demorando-me alguns dias nas suas capitais – Tallin, Riga e Vilnius, como também em outros pontos do interior. Era importante ouvir as pessoas, sentir o valor da liberdade política e religiosa para elas. Vinte anos do reencontro com a democracia, relembram fatos e ainda temem (com razão) o poderoso vizinho – a Rússia.

O centro antigo de Tallin é belíssimo, por suas construções, pela alegria e gentileza do seu povo. Museus, música, danças folclóricas, rico artesanato, muitos restaurantes, tudo à disposição dos visitantes. Logo num dos pórticos de acesso, há grande quantidade de floristas permanentemente abertas. Um amigo português estranhando a venda de flores altas horas perguntou à vendedora se não fechavam. Ela respondeu com ar enlevado: o senhor não imagina o poder das rosas a esta hora. 

             Assistimos, casualmente, uma cerimônia no Monumento à Liberdade, na avenida principal de Tallin, para marcar “o Dia da Deportação”, data em que milhares de estonianos tinham sido levados para “os campos”. Estavam todas as autoridades do país ao lado de parentes das vítimas. O povo participava com emoção, sem qualquer separação das autoridades (inclusive nós), numa singeleza tocante, apenas música e pequenos ramos de flores da primavera no começo de junho.


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