Roma é uma cidade que, além de toda a sua imensa riqueza cultural, convive e participa dos grandes eventos da Santa Sé e do Papa, pois a Cidade do Vaticano está encravada no seu território.
Neste último ano, tem assistido uma ebulição positiva decorrente do carisma do Papa Francisco e de todas as suas atividades que transbordam do Vaticano e se estendem por toda a Cidade Eterna. Qualquer aparição do Papa lota a Praça de São Pedro e arredores. Até as audiências públicas das quartas-feiras, antes realizadas na Sala Paulo VI que dispõe de sete mil lugares, já não comporta o número de pessoas que desejam vê-lo, agora são na própria Praça.
Imagine-se numa mesma celebração a canonização de dois Papas: João Paulo II e João XXIII, ambos tiveram o seu pontificado relativamente recente, desempenharam papéis relevantes para a Igreja Católica e estão na memória e no coração dos católicos do mundo inteiro.
O Concílio Vaticano II, convocado por João XXIII marcou uma transformação oportuna e adequada para a Igreja Católica no século XX. Vivemos esse período revivificador.
Quanto a João Paulo II, que tantas vezes veio ao Brasil, inclusive ao Recife, onde tive o privilégio de coordenar a sua visita, o que me permite dizer, eu conversei com um Santo apresentada por outro, D. Helder Câmara!
Agora, no momento da canonização, os poloneses, em número incalculável, de todas as idades – ordeiramente, em grandes grupos irradiavam um sentimento de fé, alegria e perfeita interação com a celebração. E tinham razões para homenagear seu compatriota Karol Woltija. Não só a Praça de São Pedro, mas Roma inteira ficou coberta com bandeiras vermelhas e brancas da Polônia. Tocou-me ver a felicidade de um povo tão sofrido que eu tanto admiro. Gostei de ver Roma alvirrubra! Mas, não eram só poloneses, pessoas de todos os continentes, disputavam centímetros, nem era para ver, muito mais para uma afirmação – dizer sim, eu creio e estou aqui. Quem esteve lá, certamente, viveu um momento muito especial.
Mas, fui também à Missa em Ação de Graças pela canonização do Padre José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, celebrada pelo Papa Francisco, na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma, no dia 24 de abril. Embora nascido em Tenerife, foi considerado como um santo brasileiro pela sua vida e obra dedicadas ao nosso país. Era um Papa jesuíta, canonizando um Padre jesuíta, na Igreja de Santo Inácio de Loyola. Foi comovente ver o Papa Francisco tão de perto e demoradamente, parecia um sonho. Estava vestida toda de preto, conforme o cerimonial, até de mantilha preta (peça rara no vestuário feminino dos nossos dias). Interessante como esses símbolos – uma mantilha – tocam na nossa lembrança e nos remetem a um tempo tão distante, da mãe e das avós, nas Missas dos domingos.
A amizade, o carinho e o acolhimento do Embaixador do Brasil junto à Santa Sé, o pernambucano Denis Souza Pinto e sua esposa, a também pernambucana Maria do Carmo Moura Rocha Souza Pinto, ofereceram-me todas essas oportunidades únicas e inesquecíveis. Serei sempre muito grata.