SAUDAÇÃO A TEREZA DUERE

CLUBE DOS ADVOGADOS DE PERNAMBUCO

EM 30 de julho de  2004.

PALAVRAS DE MARGARIDA CANTARELLI

Colegas,

Estimada amiga Tereza,

Jamais abriria mão da alegria de saúda-la nesta ocasião tão especial para nós em que você aceita receber a homenagem – informal, mas sincera – do Clube dos Advogados de Pernambuco.

Esta guerreira Nair Andrade, figura de colega, amiga,  advogada, corpo e alma do nosso Clube dos Advogados,  tem o bom hábito de prestar homenagens. Não se cinge aos militantes da advocacia nem se limita ao horizonte dos profissionais do Direito, mas acende as luzes do reconhecimento sobre os que no seu labor ou labores deram ou dão ao longo da vida um exemplo de competência, de dedicação e, sobretudo, de cidadania.

É preciso que estas coisas sejam feitas para que se tenha a oportunidade de realçar virtudes, contar histórias e cantar no coro da gratidão palavras nunca demasiado ditas de  louvor e agradecimento aos que a tanto fazem jus.

         Por isso estou aqui para contar e cantar um pouco essa figura fantástica que é TEREZA DUERE. Não direi tudo até porque Tereza é maior que as palavras. Tereza amiga, colega, companheira. Tereza da solidariedade, da  luta, da coragem. Tereza da competência, do zelo, da responsabilidade. Tereza do povo. Tereza de todos nós.

Tereza amiga – e cuja amizade foi para mim um dos presentes de Dom Helder, nos idos de 81, quando da vinda do Papa João de Deus ao Recife. Se foi um presente do Dom haveria de ser para sempre.

Tereza da solidariedade – que sabe ficar bem junto quando se precisa do seu apoio, quer numa luta quer num momento de dor. Ela é a presença ativa, é a mão que transmite força, é a fonte que nunca seca de jorrar compreensão.

Tereza do povo – quando na LBA, de saudosa memória,  multiplicava-se em  assistência, trabalho, dedicação aos que mais precisavam da ação do Poder público. Ela sabia e sabe das suas necessidades, na medida certa, tirada da sua competência, mas, sobretudo, da sua grande sensibilidade de identificar e procurar atender ao vazio do estômago e da alma da nossa gente.

Tereza da luta – Ah, quantas lutas políticas participamos juntas e mais Comadre Creuza Aragão. Eita triozinho danado de bom!   Vivemos muitas experiências, inesquecíveis. Fazíamos campanhas, primeiro para os outros – nossos amigos em quem sempre acreditamos e que não os nominarei para evitar o pecado da omissão. Depois me jogaram no fogo em 86 – saímos chamuscadas, mas vivas e mais unidas. Aí veio a sua vez – a nossa representante na Assembléia Legislativa.

Tereza deputada. Era a voz que não se calava, nem se intimidava. Se falava na situação, gritava bem alto na oposição.Dedicada aos Municípios e aos eleitores que a escolheram. Lutou, lutou muito. Foi leal aos seus ideais e nunca faltou aos seus compromissos. Pernambuco deve muito à deputada aguerrida, e o povo que representou nunca ficou órfão de sua presença e muito menos da sua ação.

Um dia eu mudei de seara. Fui servir noutra plaga onde a política ficava distante. Ela também mudou, foi para o Tribunal de Contas do Estado, ali cuidar dos interesses do povo, como tão bem sabe fazer, pela boa aplicação dos minguados recursos públicos. Fomos pioneiras – primeira mulher no Tribunal Federal, primeira Conselheira no TCE.

Mas, se mudamos de seara, estou certa que o importante conservamos por estar insculpido no nosso sentir, na nossa alma – o compromisso com o social, o respeito ao outro como cidadão, a responsabilidade para com o Estado, vendo neste o caminho da satisfação  das necessidades do seu povo. Jamais nos afastaremos desses princípios onde quer que estejamos emprestando o nosso concurso porque foi isto que aprendemos com o Dom que nos uniu – Justiça Social.

Tereza de todos nós – seus amigos que viemos abraça-la e para dizer aqui bem alto e em bom som o quanto a admiramos e o quanto nos sentimos partícipes no seu sucesso.

À nossa Tereza, a sinceridade do nosso carinho na singeleza desta nossa homenagem.