Saudação ao Ministro da Justiça de Portugal

Amigos que gentilmente aceitaram o convite para esse encontro informal, exatamente neste dia 10 de junho de tanto significado para nossos povos,

Senhor Secretário de Estado/ Ministro da Justiça de Portugal,

Feliz coincidência de reencontrarmo-nos, no mesmo voo de Lisboa para o Recife.  V. Excelência vinha mais uma vez nos visitar, eu voltava de visitá-los mais uma vez. Isto representa bem como devem ser as relações entre nossos países – uma permanente ligação, econômica, e, acima de tudo, cultural e afetiva. Enfatizo as duas últimas, porque as nossas brasileiras árvores da cultura e da afetividade nasceram de cepas por portugueses plantadas, e regadas pela abençoada capacidade de miscigenação, que nos fez um povo único: alegre, criativo, complacente, e, sobretudo, capaz de saber conviver.

Saber conviver é o ponto de partida para qualquer processo de paz que o mundo tanto precisa. No dia de hoje – dia da raça, dia de Camões, dia da Comunidade é preciso celebrar e celebramos juntos, porque sabemos conviver em paz.

Este encontro, bem informal, em que o Tribunal Regional Federal tem o prazer de recebe-lo, Senhor Ministro, e a tantos outros amigos que compõem este cadinho de Portugal no Recife, no qual me incluo por sentimento, além de significar o nosso respeito à Justiça e o reconhecimento aos muitos pontos comuns que temos nessa área, é um convite  para  ampliarmos a nossa cooperação nesse campo tão importante para o equilíbrio das relações sociais e que a sociedade hoje tão enfaticamente cobra dos seus dirigentes e representantes.

Estava em Lisboa quando recebi um e.mail, por razões de trabalho, de um colega, o Dr. Rebelo de Sergipe, que é um dos seis Estados que integram a nossa 5a Região, mas aproveitou para declinar a sua “santa inveja” por também não estar lá, mandando uma velha trova, que eu ousei agora trocar uma palavra:

“No céu há uma janela,

E vê-se Portugal por ela,

Quando Deus sente saudade, (Quando Deus se sente triste)

Vai sentar-se perto dela!”

É uma pena que neste lindo Gabinete, de onde diviso um mar imenso, verde e belo, não tenha uma janela de onde se possa pelos olhos físicos “ver-se Portugal por ela”. Mas enleva-me e permitem-me que pelos olhos da alma, que não precisam de lentes, mas tão só de sonhos,  o sinta bem perto mesmo que esteja para muito além do horizonte.

No ano passado quando tive a honra de louvar os feitos portugueses nesta mesma data, associei-os a Camões, épico, aos Lusíadas e  à viagem de Vasco da Gama.

Acho que hoje, na informalidade que aqui estamos, no tríduo de Santo Antonio – Fernando Antonio de Bulhões – e de Lisboa, cuja Igreja visitei (para alegria das minhas assessoras casadoiras), que louvemos Camões, lírico. Quem amou tanto a sua pátria era porque tinha dentro de si uma imensa capacidade de amar. E, dentre tantos dos seus inesquecíveis sonetos, permitam-me que relembre exatamente o mais conhecido de todos, o maior símbolo do amor imorredouro, enquanto eterno por ser maior que a própria vida:

Sejam bem-vindos amigos, e, especialmente, o Senhor Ministro nesta Casa da Justiça  que os recebe com especial satisfação.


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