A Sicília tão próxima do sul da Itália continental pode ser alcançada por ferry boat, cruzando o Estreito de Messina ou em uma hora de Roma, por avião. Em razão da sua posição estratégica no Mediterrâneo, sofreu várias invasões ao longo da sua História: fenícios, gregos, romanos, normandos e mais. De cada uma dessas ocupações restaram marcas impressionantes como ruinas, edificações e influências culturais.
Além dos marcos históricos, também se tornou conhecida, mais recentemente, pelos filmes O Poderoso Chefão. Quem esqueceu Marlon Brando ou Al Patino no papel de Don Corleone? Ou a escadaria do Teatro Massimo nas cenas finais do filme.
Começamos por Palermo. A cidade me pareceu parada no tempo, embora tenha belas paisagens (como o Golfo de Palermo visto do Monte Pellegrino) e conserve muito bem o seu patrimônio artístico e cultural. No Palácio Real está a Capela Palatina do século XII. A sua arquitetura representa um magnífico encontro de diferentes culturas e religiões, nela coexistem harmonicamente o Bizantino, o Islâmico e o Latino. Dedicada a São Pedro Apóstolo, na Capela Mor destaca-se o mosaico com a imagem do Cristo Pantocrático. Ficamos no Grand Hotel Des Palmes, prédio do século XIX, que guarda recordações de hóspedes importantes, como Richard Wagner que lá compôs Il Parsifal (l882) e Guy de Maupassant. Está exposta uma carta de Al Patino (1970) afirmando que ele e Coppola gostavam se reunir ali para conversar sobre os filmes.
As ruinas na Sicília são bem representativas da presença grega, como no Vale dos Templos (destaque para o da Concórdia), em Agrigento; o Teatro Grego, em Taormina; o Teatro e o Ouvido de Dionísio, em Siracusa. Tinha muita curiosidade de conhecer Siracusa, talvez por causa da personagem do Mercador, na Comédia dos Erros, de Shakespeare. A ilha de Ortigia e a Fonte de Aretusa merecem visita.
Finalizamos nossa viagem à Sicília em Catânia, cidade muitas vezes atingida pelas erupções do Etna, também aparentando estagnação. A Catedral é dedicada à padroeira, Santa Águeda (lembrei-me de Fausto e Cecília Freitas porque também é a padroeira de Pesqueira). Na Praça em frente está a Fonte do Elefante, em pedra basáltica, proveniente da erupção de 1693. Nos pontos turísticos se pode sentir a grande presença dos imigrantes africanos, tentando vender pequenos objetos.
A Sicília é uma descoberta a cada passo.