VI FESTIVAL RIOMAR DE LITERATURA
DIA 18 DE ABRIL DE 2018
HOMENAGEM A RAIMUNDO CARRERO
PALAVRAS DE: MARGARIDA CANTARELLI
Amigas e amigos da Literatura,
Nesta tarde continuamos o VI Festival de RioMar de Literatura homenageando o acadêmico – ocupante da cadeira número três, e grande escritor Raimundo Carrero, pela sua obra e pelos seus 70 anos completados em dezembro passado.
Raimundo Carrero nasceu em Salgueiro, sertão pernambucano. Ontem tivemos Luzila, de Garanhuns, hoje Carrero, de Salgueiro. Como se vê, o talento não está adstrito à capital, mas se espalha por todo o território do Estado, como semente que brotam da própria terra.
Carrero, como jornalista, trabalhou no Diário de Pernambuco por 25 anos, exercendo várias funções, como crítico literário e editor chefe.
Participou, nos anos 70, ativamente do Movimento Armorial idealizado pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, como romancista e contista. Importantíssimo Movimento que visava à produção de obra erudita com base na cultura popular – suas raízes, seus símbolos.
Na homenagem que a Academia Pernambucana de Letras prestou a Ariano Suassuna tivemos a oportunidade de ouvir Raimundo Carrero falar sobre a influência e a amizade que o ligavam a Ariano. Lá estava a dupla que hoje aqui se repete: Carrero e Flávia Suassuna. Tão consistente foi aquela sessão que logo nos ocorreu fosse Flávia convidada para vir hoje aqui, desta feita para homenagear o próprio Carrero.
Também recebeu influência de Gilberto Freyre e foi assessor da Fundação Joaquim Nabuco. Integrou o Conselho de Cultura do Recife, foi Presidente da Fundação de Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco – Fundarpe.
Sua obra é vasta e será apreciada com profundidade pelos convidados. Ressalto que tem sido merecedora de inúmeros prêmios, num reconhecimento do seu valor. São tantos que se torna difícil destacar, mas recebeu alguns dos mais cobiçados, como o “Prêmio Machado de Assis”, o melhor romance de 1995, pela Biblioteca Nacional e o “Prêmio Jabuti”, no ano 2000. Por duas vezes foi vencedor do Trofeu APCA – de melhor romancista, pela Associação Paulista de Críticos de Arte, dentre vários e vários outros.
Mas, há um aspecto que eu gostaria de destacar em Carrero: suas Oficinas de Criação Literária, desde 1990. Carrero é um escultor de escritores. Digo escultor porque os que procuram as oficinas já têm um pendor, uma vocação literária. Mas é Carrero quem burila esses talentos com o cinzel da forma e da palavra. Torna-se um formador de novos escritores, em todos os gêneros. Essa contribuição à literatura e a sua própria obra fazem de Raimundo Carrero merecedor da nossa admiração, respeito e estima.
Pessoa afável, Carrero tem um jeito muito especial de acolher os que o procuram que ficam além de alunos, “devotos” do grande mestre que ele é.
Carrero, a você a homenagem do VI Festival RioMar de Literatura, com a nossa estima e uma grande admiração.
Hoje encerramos este Festival, renovando os agradecimentos ao RioMar, pela oportunidade e a certeza de que juntos oferecemos ao público bons momentos de viver a literatura, a música, o teatro, na companhia de grandes acadêmicos, professores e artistas.
A todos os que vieram, o nosso agradecimento.
Até o próximo ano, se Deus quiser.