VII Festival RioMar de Literatura

VII FESTIVAL RIOMAR DE LITERATURA

DATA: 26 de abril, às 14h30.

Local: Teatro RioMar

Palavras de: Margarida Cantarelli

Amigas e amigos,

Só me cabe começar e terminar com agradecimentos. Agradecimentos, sim, por esta INJUSTA, mas carinhosa homenagem. E tudo que nos vem pelo afeto é recebido também com afeto.

Agradeço ao dileto amigo João Carlos Paes Mendonça e a TODOS que compõem a Equipe do RioMar o que faço na pessoa da amiga de longas datas, jornalista Carmen Peixoto. O RioMar tem propiciado uma excelente parceria com a Academia Pernambucana de Letras para a realização dos Festivais de Literatura. Este é o 4º ano consecutivo e o último da atual Gestão, que tenho a honra de presidir. Mas haverá de continuar porque todos precisamos de momentos como estes. O mundo está tão intolerante que é muito bom temperar nosso tempo com um vento de paz, um sol de poesia, um entardecer de sonhos. Uma troca de afeição que serve de bálsamo para continuarmos a SER HUMANOS.

Agradeço a todos vocês – amigos queridos – que fraternal e carinhosamente, aqui estão compartilhando deste nosso Festival.

Agradecimentos especiais ao Ministro Luís Alberto Gurgel de Faria que se dispôs a participar e trazer sua mensagem filial – os filhos sempre veem as mães com lentes de aumento porque veem com os olhos do coração que têm alcance infinito. Sua generosidade comigo é perene!

À Professora Creusa Aragão agradecer por hoje seria o mínimo diante de tudo que durante mais de quarenta anos de amizade ela tem feito por mim. Dela tenho recebido apoio irrestrito, aceita os desafios às vezes arrojados e um tanto exóticos que proponho. Mas tem o direito de alerta e resistência (maneira bonita de dizer “puxar minha orelha”!). Ela sempre tem razão, amigo é assim.

Confesso que reagi quando Carmen Peixoto me deu como definidas as homenagens deste Festival. A Zé Paulo, não haveria o que discutir, Merecidíssima. Concordei de pronto, com aplausos. Posso afirmar que o acompanho há mais de cinquenta anos quando nos conhecemos na Universidade Católica. Colocou-me no canto da parede no primeiro dia de aula. É claro que ele não se lembra, mas eu nunca esqueci. Tudo por causa da possibilidade de relações internacionais entre as Polis gregas. Hoje estaria perdida porque levo para aula apenas um pequeno pen-drive e consultamos os Tratados Internacionais pela internet. Naquele tempo (nos idos de 1967/68) levava no meu fusquinha verde uma porção de livros, mapas, cartolinas escritas com pincel atômico de várias cores (sou canhota e ficava complicado escrever com giz no quadro negro – que já era verde), fita adesiva, um arsenal! Dentre os livros, estava um novo que havia adquirido (os clássicos adquiria-os a Brandão, como parte da biblioteca de Odilon Nestor e os novos na Livraria médico-científica, Matos de Oliveira, na rua Martins Junior ou Livraria Imperatriz na rua do mesmo nome) sobre História do Direito Internacional de um autor alemão (Georg Stadtmüller) que levantava aquela tese. Ainda bem, não era invenção minha! Acompanhei os seus percalços dos anos de chumbo junto com outros amigos queridos; a sua trajetória pelo universo jurídico; o seu casamento que fui testemunha. Louvo a sua capacidade de escolher (um dos seus grandes méritos) – Maria Lectícia é sua âncora mais segura, sua bússola mais precisa, sua brisa mais suave, sempre. Além da sua competência própria, pessoal, Maria Lectícia sabe lidar com essa criatura irrequieta, permitindo-lheuma calma criadora. É uma sábia! Acompanho de Zé, também a sua vida literária – Fernando Pessoa é o que está mais visível, e é muito e muito bom. Mas tem muitíssimo mais a vir à tona! Eu seique é apenas questão de cipó e tempo.

Quanto a mim, não vi motivos. Por isso reagi. A única razão, que me parece pequena, é que a palavra é o meu instrumento de trabalho. Não é o traço, não é o som, não é o movimento, não é o número! Ela – a palavra que me acompanha e que me permite dizer o que vai e vem dentro de mim; expressar meus sonhos; despertar, especialmente nos jovens, o desejo por mais conhecimento, nas salas de aulas; escrever, como se dizia antigamente, umas “mal traçadas linhas”. Foi com a palavra que procurei concretizar o meu desejo profissional maior – não sei se consegui, mas lhes garanto que busquei incessantemente – o de fazer Justiça!

Já abracei alguns de vocês e agora abraço a todos com muito carinho. Farei o gesto tão multiplicado nas imagens – um coração com as mãos, mas só posso me despedir nesta hora com palavras – e só basta uma – GRATISSIMA!


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